6 de novembro de 2011

Mói mas não mata

Há alturas na vida em que de repente tudo parece andar ao contrário. A estabilidade que se tinha como adquirida passa a estar por um fio e por mais voltas que se dêem a solução para a moínha interna cisma em não aparecer. E lá estamos nós, a sofrer, a lutar contra demónios interiores, contra histórias de um passado, por vezes não tão distante, e a reviver momentos que gostaríamos que voltassem ou que tivessem corrido de outra forma. Dói. só sabemos que dói, só sentimos que dói e tudo o que nos possam dizer não altera em nada a angústia que sentimos. Por isso choramos...desesperamos, voltamos a ser pequeninos e muitas das vezes desejamos ou mesmo pedimos o colo dos nossos pais na tentativa que o "beijinho milagroso nos possa fazer passar o dói-dói". E depois, vem a resignação, a sensação de que nada mais se pode fazer, porque não se chora sobre o leite derramado e não se tranca a porta depois de arrombada. Então entra a coragem, a capacidade de dar a volta por cima, de erguer a cabeça e seguir em frente. Pontos nos is, traços nos ts e siga a marinha. A vida é curta e embora tenha de haver espaço para o desespero e para o luto, não se pode fazer disso vida. É imperativo aceitar o que nos calha e tirar daí uma lição. É urgente sorrir para a vida e dar espaço ás coisas boas e quem sabe ao recomeço. Somos um animal de hábitos e capacidade adaptativa, por isso não há que ter medo do que o futuro nos reserva, porque (e esta é a minha mais sincera opinião) é quase sempre algo melhor do que tínhamos antes de se abater o caos.

1 comentário:

  1. O-B-R-I-G-A-D-A! Será que a vida e as pessoas dão outra oportunidade a quem diz a verdade? Tal como acredito noutras coisas, vou acreditar que sim!

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