21 de junho de 2012

Estado de Pânico

Pronto, acho que ela desceu (em doses infantis, tipo happy meal) sobre mim e aqui estou eu isolada na biblioteca (qual tempos de faculdade em que só restavam 2 dias para estudar para um cadeirão qualquer e a vontade era a mesma que esta que tenha 2% - isto porque fui obrigada, senão 0%) a caçar referências, a copiar excertos de texto enquanto a minha estimada massa cinzenta trava uma guerra hercúlea para esquematizar técnicas que devem ser usadas no trabalho. Se isto não é vontade (dadas as conjecturas já mencionadas) o que será... :P. 
Ah, falta ainda mencionar que acordei com o chefe que até ao final do dia tem de esquecer que eu existo porque o estimado apenas contribui para o aumento da cinética e consequente aumento de entropia no meu dia com típicos episódios destes:

Ele: N. já escreveste o projecto? quero riscar...
Eu. Estava agora a....
Ele: vá anda lá vamos ao NMR ver o espectro
Eu: mas eu...
Ele: va vamos vamos...ah e já sabes para que serve o tau c? e como medir T2? já fizeste a lista das referências? como deram os espectros de T1? ah, vai lá a cima buscar o computador que vamos mudar a fonte...

(pronto agora digam-me vocês quem é que consegue fazer alguma coisa aqui com este frenético senhor??) 


20 de junho de 2012

Divina providência

Seja quem for que está algures a olhar por esta cambada aqui em baixo e já agora por mim, que mande daí um momento de inspiração extrema para fazer aquilo que é imperativo que seja feito hoje e cuja paciência para fazê-lo é zero...

Desmotivação ao máximo!!

Sei-o bem, sinto quando dormir se torna a necessidade mais básica mais imperativa do que comer, ir à casa de banho e afins. Não estou bem...não gosto do que se me anda a passar. Não tenho coragem de dizer que não é isto que quero fazer, não é esta linha de pensamento que quero seguir...que quero mais e diferente...enfim...estou como o shushi, na m*** portanto. Restam-me mais ou menos 10 dias (bocados de dias na verdade) para ler e escrever...seria uma monstruosidade de tempo se  me interessasse minimamente aquilo que vou fazer, mas, parece que é escasso quando não se corre por gosto. E é este o resultado de um país onde cada vez há menos opções de escolha, onde cada vez mais é importante segurar aquilo que temos em vez de lutarmos por mais. 

19 de junho de 2012

Pipocas e dragões

Não fomos beber café à pastelaria de sempre, naquela figura de domingo à tarde. Não tivemos muito mais da rua além do que entrava pela janela e do que víamos através dela. Estivemos em limpezas e arrumações, a descongelar almoço e alarvar melão. Tentamos ver um filme que parecia possuído por um espírito qualquer munidos de pipocas salgadas e amanteigadas. No final, acabamos aninhados no sofá a ver dragões treinados. E sabes que mais, soube bem, aliás, embora não tivéssemos ido muito além das paredes que definem o espaço casa, foi um dia divertido e produtivo. Sabe bem ter-te por perto :)

18 de junho de 2012

o país que temos

Senti-me morrer na praia ou um pássaro que tenta dar o primeiro voo e cuja asa acabava de ser cortada. Não queria, fui praticamente obrigada a aceitar a ideia, a oportunidade de fazer parte de algo ainda maior do que o que temos aqui para os lados do ministério da Ciência e Tecnologia...cheguei quase quase... e quando até já começava a abraçar a possibilidade...puff...email lido cheio de ânsias para culminar com um soco no estômago. Bolha rebentada, N. de volta à realidade. E sabem que mais, custa, e por estes dias tem me custado horrores. Não gosto das condições que infelizmente os bolseiros de investigação têm neste país, detesto a realidade de esperar mais de meio ano para receber o ordenado e ainda mais do que isso ABOMINO a ideia de ter um dito ministro a dizer que "os atrasos no pagamento das bolsas de doutoramento são normais". A sério???A SÉRIO??? Este senhor já ficou um mês, uns longos e penosos 30 dias sem o seu ordenado milionário? o senhor já se viu sem direito a subsídios dos mais básicos como o de doença? sem quaisquer apoios sociais? não, óbvio que não, senão não diria com tanta leveza um jovem investigador(que se emancipa porque não acha certo à beira dos 30 anos ainda viver nas asas dos pais, que dedica horas do seu dia a um trabalho cujas horas extraordinárias não são remuneradas and so on) que ficar meses sem o ganha pão é normal...Enfim infelizmente é a única opção que me resta, fazer um plano, enviar mais uma candidatura e tentar segurar o meu lugar por mais 4 anos....(o pior disto tudo é que  há quem nem sequer tenha esta triste possibilidade de se manter na sua área de formação...)...olha.."é o país que temos"

14 de junho de 2012

Sniff sniff

Sim é verdade, admito...sou piegas, sou chorona, lamechas e nesta semana em particular sou maria madalena. Choro, choro muito, com novelas, com músicas, com situações do quotidiana...olhem um dramalhão pegado. Então ainda há 10minutos foi a choradeira pegada com os ultimos episodios da novela das 18h...gente que coisa mais emocionate. Eu adoro um bom desfecho trágico e com uma carga emocional monstra, aliás eu sou ultra adepta daqueles filmes românticos que acabam com um dos amantes morto. Eu sei que embora trágico, dão-nos uma lição de vida colossal à cerca da escassez do tempo e da pequenez que certos sentimentos menos nobres podem trazer a nossa vida. É todo um aproveita cada segundo porque o amanhã não é garantido. 


Nota do redactor (sempre quis dizer isto...hahahah): Sweet November e The Painted Veil - valem tão, mas tão a pena ;)

12 de junho de 2012

Bocados de nós

Existem pequenas coisas que definem a nossa rotina. O simples voltar a ouvir uma rádio que há muito se tinha esquecido, uma noite a dois com sopa e chá depois do jantar, só uma cabeça na almofada e mais um cobertor na cama, uma manhã que começa cedo e que é recheada de voltas por casa à procura de tudo e mais um par de botas...o estar só connosco próprios nem que seja por escassas horas. E é isso mesmo que muitas vezes nos faz falta, encontrar a solidão no meio da multidão. Hoje tenho uma casa sempre cheia de vida, de gente que entra e sai, de gente que fica e que faz parte do dia-a-dia, de gente que é a minha gente e que de certa forma se tornou parte da minha rotina. Mas, mesmo nestas alturas de alma preenchida sinto saudades de voltar  a mim, de eremitar (à bela maneira de N.-bicho-do-mato) nem que agora seja mesmo só por algumas horas. Sabe bem sentir saudades, de coisas, de pessoas, de nós...Eu gosto de sentir essa pequena falta de algo, essa força motriz que nos faz querer muito voltar a alguma coisa, a algum momento a alguém. Sei lá, é a velha moratória, dá-se mais valor aquilo que temos quando sentimos a sua falta. 

6 de junho de 2012

Better Some

Por vezes desejava ser muito melhor pessoa...(wow N. passaste-te agora...és chata e tal, a maior pica miolos do mundo mas não és assim tão má....)...desejava não ter alguns sentimentos que me corroem por dentro e me tornam corrosiva para muitos que me rodeiam. Gostava de não ser tão possessiva em relação aos meus ao ponto de ser mesquinha e não ficar feliz se eles estão bem ou não...não sei...acho que há dias em que nem eu própria reconheço o pequeno monstrinho que habita as profundezas da minha alma. Vá...este é o momento em que as vozes de sempre se exaltam e dizem: pronto lá está ela outra vez a dramatizar...e bla bla bla...mas não. Foram precisas muitas horas e alguma dose de coragem para mostrar este meu lado lunar até então uma completa incógnita para muitos de vocês. É verdade, nem sempre sou só a amiga fixe e divertida ou a chata de galocha ou mesmo a mãezinha...há alturas em que não suporto pessoas no meu mundo, que não quero partilhar o que é meu e o que conquistei ao longo do tempo, em que não fico minimamente feliz com a felicidade alheia porque acima de tudo o que me faz mossa a mim pesa muito mais do que o estado de graça geral (como é típico dizer nestas alturas "com o mal dos outros posso eu bem...não posso é com o meu"). E é nestas alturas em que volto para a minha concha, para o meu mundo solitário onde nem um côco chamado Sexta-Feira é permitido. Entrego-me ao meu eremitismo na tentativa de relativizar e tentar encaixar o mundo que toca fora do compasso da minha batuta. 
Sei que não posso ter sempre o mundo à minha maneira, que haverão mais coisas que não posso controlar do que as que efectivamente domino e que o universo não deixa de girar quando me fecho em copas. Mas também sei que é nos momentos obscuros que nos conhecemos melhor e que tiramos a força para sermos maiores. Eu prometi que seria maior, eu prometi que deixaria os meus viverem à sua maneira, eu prometi que hoje, por mais que doa vou deixar-te voar e libertar-me deste sentimento inexplicável que me consome.