18 de junho de 2012

o país que temos

Senti-me morrer na praia ou um pássaro que tenta dar o primeiro voo e cuja asa acabava de ser cortada. Não queria, fui praticamente obrigada a aceitar a ideia, a oportunidade de fazer parte de algo ainda maior do que o que temos aqui para os lados do ministério da Ciência e Tecnologia...cheguei quase quase... e quando até já começava a abraçar a possibilidade...puff...email lido cheio de ânsias para culminar com um soco no estômago. Bolha rebentada, N. de volta à realidade. E sabem que mais, custa, e por estes dias tem me custado horrores. Não gosto das condições que infelizmente os bolseiros de investigação têm neste país, detesto a realidade de esperar mais de meio ano para receber o ordenado e ainda mais do que isso ABOMINO a ideia de ter um dito ministro a dizer que "os atrasos no pagamento das bolsas de doutoramento são normais". A sério???A SÉRIO??? Este senhor já ficou um mês, uns longos e penosos 30 dias sem o seu ordenado milionário? o senhor já se viu sem direito a subsídios dos mais básicos como o de doença? sem quaisquer apoios sociais? não, óbvio que não, senão não diria com tanta leveza um jovem investigador(que se emancipa porque não acha certo à beira dos 30 anos ainda viver nas asas dos pais, que dedica horas do seu dia a um trabalho cujas horas extraordinárias não são remuneradas and so on) que ficar meses sem o ganha pão é normal...Enfim infelizmente é a única opção que me resta, fazer um plano, enviar mais uma candidatura e tentar segurar o meu lugar por mais 4 anos....(o pior disto tudo é que  há quem nem sequer tenha esta triste possibilidade de se manter na sua área de formação...)...olha.."é o país que temos"

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