6 de junho de 2012

Better Some

Por vezes desejava ser muito melhor pessoa...(wow N. passaste-te agora...és chata e tal, a maior pica miolos do mundo mas não és assim tão má....)...desejava não ter alguns sentimentos que me corroem por dentro e me tornam corrosiva para muitos que me rodeiam. Gostava de não ser tão possessiva em relação aos meus ao ponto de ser mesquinha e não ficar feliz se eles estão bem ou não...não sei...acho que há dias em que nem eu própria reconheço o pequeno monstrinho que habita as profundezas da minha alma. Vá...este é o momento em que as vozes de sempre se exaltam e dizem: pronto lá está ela outra vez a dramatizar...e bla bla bla...mas não. Foram precisas muitas horas e alguma dose de coragem para mostrar este meu lado lunar até então uma completa incógnita para muitos de vocês. É verdade, nem sempre sou só a amiga fixe e divertida ou a chata de galocha ou mesmo a mãezinha...há alturas em que não suporto pessoas no meu mundo, que não quero partilhar o que é meu e o que conquistei ao longo do tempo, em que não fico minimamente feliz com a felicidade alheia porque acima de tudo o que me faz mossa a mim pesa muito mais do que o estado de graça geral (como é típico dizer nestas alturas "com o mal dos outros posso eu bem...não posso é com o meu"). E é nestas alturas em que volto para a minha concha, para o meu mundo solitário onde nem um côco chamado Sexta-Feira é permitido. Entrego-me ao meu eremitismo na tentativa de relativizar e tentar encaixar o mundo que toca fora do compasso da minha batuta. 
Sei que não posso ter sempre o mundo à minha maneira, que haverão mais coisas que não posso controlar do que as que efectivamente domino e que o universo não deixa de girar quando me fecho em copas. Mas também sei que é nos momentos obscuros que nos conhecemos melhor e que tiramos a força para sermos maiores. Eu prometi que seria maior, eu prometi que deixaria os meus viverem à sua maneira, eu prometi que hoje, por mais que doa vou deixar-te voar e libertar-me deste sentimento inexplicável que me consome.

1 comentário:

  1. Tem dias que é difícil deixar "os outros viverem à sua maneira" porque, às vezes, achamos que essa maneira pode não nos incluir a nós ou incluir-nos menos. Que a felicidade dos outros, dos que gostamos, parece só fazer sentido connosco por perto e então fugimos e vamos para o nosso cantinho. E isso não faz mal nenhum, desde que voltemos a sair dele, desde que tomemos consciência que o mundo dos nossos, dos que conquistamos ao longo do tempo, daqueles que amamos de verdade, esse mundo, nunca seria completo, totalmente feliz, se não estivéssemos lá. E aí, nesse momento, deixamo-los partir, viver à maneira deles mas sempre connosco a acompanhá-los nessa viagem.

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