11 de julho de 2012

O mundo ao contrário

E de repente a confirmação, a certeza de que não correspondes ás expectativas dos demais, daqueles que juraram proteger-te e que agora se entregam ao desespero e ao drama do inerente "mas onde foi que eu errei". Sentem-se defraudados, sentem.se impotentes e incapazes de mudar aquilo que o destino assim definiu, sofrem num silêncio deturpado pelos afazeres da vida, na incredulidade de que também eles são os outros. Eu? Eu estive sempre na penumbra a fazer a minha tão típica avaliação comportamental, seguido de algum "jornalismo de investigação". Observei aqui, indaguei ali e quando já conformada, a confirmação revelou-se uma dádiva, um descanso de alma. Ao longo destes últimos tempos, só consigo pensar no quão injusto é não ser uma ovelha igual ás outras, na estupidez de uma maioria que se serve de fatinhos de lã monocromáticos para ditar o que é certo ou errado, o que devemos ou não fazer o que é digno de ser aceite ou não. Na minha cabeça (por vezes tacanha e teimosa, eu sei eu sei...) não faz sentido que a natureza tal qual ela é não seja aceite pela lei dos homens. Não faz sentido que se tenha de vestir uma pele que não é a nossa só para se estar em conformidade com os demais, só para ser mais um na estatística ou ainda pior...para ser aceite por aqueles que à partida se sabe que de outra forma nunca nos abraçariam no seu meio. Não entendo porque raios nos tentamos enfiar num fato que tarde ou cedo se romperá e deixará à mostra aquilo que verdadeiramente somos (qual gato escondido com o rabo de fora), sim, porque por mais voltas que se dê, a verdade é infalível e virá à tona de alguma maneira.  E aí? o que é suposto fazer? rasgar a falsa pele e assumir-nos tal qual como somos? ou continuar a negar mesmo que os factos sobreponham todo  e qualquer argumento?...pois é...como diria o outro, parece fácil... 
E nisto por aqui me fico, sempre na retaguarda pronta a gritar com um mundo de falsa moral do qual há muito me afastei. Pronta para te dar a mão e caminhar lado a lado com as nossas diferenças. Seremos ovelhas tresmalhadas num rebanho que outrora fora nosso, mas seremos para sermos nós. 

Com amor  

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